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Crônica
A Guerra do Alho
Por Thais Russomano
Era 1942. O mundo encontrava-se imerso na Segunda Guerra Mundial. A França estava sob o domínio alemão e os ingleses articulavam-se para auxiliar os franceses na luta contra os nazistas – e, às vezes, de uma forma muito peculiar.
Cerca de trezentos marinheiros franceses baseados na Isle of Wight enviaram um recado curioso para os militares ingleses. Cansados com a falta de sabor da culinária local, eles decidiram fazer um apelo a Bill Spidy, o dono do Painters Arms, o pub preferido dos combatentes vindos do outro lado da Mancha. “Precisamos de alho para combater Hitler.”
Bill, para não perder os assíduos fregueses de seu pub, procurou muito, mas não encontrou um só bulbo de alho na ilha, e decidiu então contatar o setor de operações especiais da Força Aérea Real Britânica. Nascia, assim, a Operação Aquiles.
Para satisfazer o paladar apurado dos aliados, um grupo de agentes ingleses voou à noite até a França, com a missão de contrabandear alguns quilos da tão desejada planta para os marinheiros da Isle of Wight, sob o olhar descuidado dos nazistas. A chegada do alho motivou os franceses a comer mais e eles, aparentemente, logo se sentiram mais preparados para enfrentar as tropas alemãs.
O alho da Isle of Wight não ficou conhecido apenas em tempos de guerra. Desde os anos 50, a ilha tornou-se uma grande produtora dessa planta. Os britânicos aprimoraram o paladar e o alho passou a ser um tempero muito usado no preparo de diferentes pratos locais. Hoje, eles consomem cerca de 40 mil toneladas de alho por ano – mais do que os aliados franceses – e tudo parece ter começado com o pedido de Spidy e o sucesso da Operação Aquiles.
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